A palavra Pterígio é originada da palavra grega Pteron, que significa asa.
Popularmente conhecido como “carne no olho”, o pterígio é uma alteração na conjuntiva, a membrana transparente que recobre a parte branca do olho.
Consiste em uma “prega”, tecnicamente denominada proliferação fibrovascular, que se origina na própria conjuntiva e se estende até a córnea. Em casos mais avançados, a lesão continua progredindo até cobrir o eixo visual e interferir na visão.
É uma alteração benigna e não infecciosa, que normalmente cresce de forma lenta durante a vida.
Apesar de suas causas ainda não terem sido claramente definidas, evidências apontam que o aparecimento da lesão pode ocorrer devido a exposição aos raios ultravioletas, sendo sua prevalência em torno de 20% nas regiões equatoriais.
A exposição excessiva à radiação ultravioleta tem sido associada à mutação de células da conjuntiva e, consequentemente, ao desenvolvimento do pterígio.
Exposição prolongada a pó, poeira, vento, poluição e fumaça, assim como o uso excessivo de telas (computador, tablet, celular, televisão) contribuem para o ressecamento da superfície ocular e, dessa forma, podem piorar os sintomas e o pterígio.
Há ainda o fator genético: alguns estudos sugerem que seu modelo de herança é autossômico dominante, ou seja, ele pode aparecer em várias gerações de uma família afetando vários membros da família.
É mais frequente em adultos a partir dos 20 anos e em homens mais do que em mulheres.
O pterígio é uma lesão que pode recidivar, ou seja, mesmo depois do tratamento clínico ou de sua remoção cirúrgica, ele pode voltar a aparecer.
Entre as principais queixas das pessoas acometidas pelo pterígio, e que as levam a procurar atendimento médico, temos:
Muitas pessoas também procuram o oftalmologista por se sentirem desconfortáveis esteticamente com a aparência do pterígio.
O diagnóstico é feito pelo médico oftalmologista que avaliará o Pterígio e a necessidade de exames mais específicos. Cabe ao médico determinar o tratamento mais adequado de acordo com a necessidade do paciente.
Em alguns casos, consiste no uso de colírios prescritos pelo oftalmologista para melhora dos sinais e sintomas, tais como lubrificantes e colírios anti inflamatórios.
O tratamento cirúrgico normalmente é indicado por razões estéticas, por diminuição da visão (causada por irregularidades da córnea ou indução do astigmatismo) ou pela presença de sintomas severos, que respondem de maneira insatisfatória ao tratamento com colírios.
A técnica que tem demonstrado os melhores resultados atualmente é a exérese (retirada) do pterígio com transplante de conjuntiva sadia e/ou uso de membrana amniótica.
Essa mesma técnica pode ser realizada usando cola biológica (ao invés de pontos no local) para a fixação do transplante conjuntival.
A cola biológica proporciona melhor área de adesão, melhor qualidade de cicatrização, com menor inflamação e maior conforto, além de diminuir consideravelmente a chance de recidiva.
O uso de drogas que inibem o crescimento celular – como a mitomicina – também tem demonstrado reduzir a chance de recidiva.
A recidiva pode ocorrer, principalmente, nos indivíduos que voltam a se expor aos fatores de risco associados.
A prevenção deve ser feita com óculos escuros com proteção ultravioleta (UVA e UVB) e uso de colírios lubrificantes a fim de evitar ressecamento e irritação crônica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Doenças Externas (CBO), página 455 a 463 – (Doencas externas completo cbo by Conselho Brasileiro Oftalmologia – issuu)