A VISÃO DOS IDOSOS: QUEIXAS E PRINCIPAIS DOENÇAS OCULARES

A maioria das alterações na visão em idosos ocorre como resultado de mudanças relacionadas à idade dos tecidos oculares, o que faz com que a frequência de doenças oculares seja maior, e afeta de maneira significativa a qualidade de vida, com comprometimento da sua independência e autonomia.

Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia na publicação sobre as condições da saúde ocular no Brasil de 2019, as deficiências visuais acometem de maneira desigual as pessoas idosas quando comparadas com outras faixas etárias; estima-se que aproximadamente 82% das pessoas cegas no mundo tem mais de 50 anos de idade, apesar desse grupo representar em torno de 20% da população mundial.

Alterações e problemas oculares e visuais relacionados à idade

Durante o envelhecimento, podem ocorrer várias alterações orgânicas que comumente levam à diminuição da acuidade visual. A baixa visão é relatada como o terceiro problema crônico mais importante do idoso e, em alguns casos, pode não ser corrigida por cirurgias, tratamento clínico ou lentes convencionais, ou seja, apenas indicada conduta reabilitadora.

Os problemas de visão mais comuns que atingem a população idosa são: catarata, presbiopia, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética. O diagnóstico precoce dessas doenças, que podem ser silenciosas inicialmente, é essencial para evitar consequências como a cegueira, e, por isso, consultas periódicas com o oftalmologista são recomendadas na tentativa de detecção e início do tratamento o mais precocemente possível.
São comuns em pessoas idosas:

ERROS REFRACIONAIS

Os erros refracionais como a miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia são um dos grupos de doenças oculares de maior prevalência mundial.

A presbiopia, também conhecida como “vista cansada”, é resultante da perda natural da elasticidade do cristalino, com diminuição gradativa da capacidade de acomodação visual. Na prática, é a dificuldade de mudar o foco da distância (do objeto que se encontra longe) para o perto, e, com o tempo, a visão para perto piora. A presbiopia pode ser corrigida com o uso de óculos (óculos de leitura).

DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE (DMRI)

A DMRI é uma doença ocular que afeta a mácula (a área central da retina) e pode causar perda visual severa. Embora pequena, a mácula é a parte da retina que nos permite ver detalhes e cores. Atividades como ler, dirigir, assistir TV e reconhecer rostos requerem uma boa visão central fornecida pela mácula. O impacto da DMRI na qualidade de vida dos pacientes pode ser alto, caso a doença não seja diagnosticada e devidamente tratada. É uma das causas mais comuns de perda irreversível da visão em idosos.

CATARATA

A catarata é a opacidade da lente natural do olho – o cristalino. É uma das principais causas de baixa visual reversível, ou seja, quando removida, a visão tende a melhorar.  A catarata pode causar embaçamento, diminuição da sensibilidade ao contraste, diminuição da capacidade visual em condições de baixo nível de luz (como ao dirigir à noite), escurecimento das cores e aumento da sensibilidade ao brilho.

RETINOPATIA DIABÉTICA

 A retinopatia diabética é o resultado de danos progressivos aos vasos sanguíneos que nutrem a retina. O estágio inicial (retinopatia diabética não proliferativa) pode se apresentar sem sintomas específicos. Em sua forma mais grave, a retinopatia diabética proliferativa, pode causar cegueira.

GLAUCOMA

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. É uma doença caracterizada por lesão das fibras nervosas do nervo óptico com consequente perda de campo visual. Essa lesão pode ser causada pelo aumento da pressão intraocular e/ou alteração do fluxo sanguíneo na cabeça do nervo óptico. O glaucoma pode não apresentar sintomas até que haja uma perda significativa da visão periférica (lateral).

 

 

Seguem algumas das principais queixas dos idosos que podem ter relação com alguma doença oftalmológica e precisam ser investigadas:

– Moscas volantes: manchas escuras ou pequenos pontos pretos, fios ou cordões de aspecto gelatinoso, fragmentos que lembram “teias de aranha” deslizando no campo de visão.

– Lacrimejamento

– Sensação de olho seco

– Coceira

– Dificuldade para enxergar ao descer escadas e também durante a noite

–  Necessidade de mais luz para a leitura, mas problemas com brilho

–  Diminuição na capacidade de diferenciar cores e tons (especialmente azuis e verdes)

– Presença de área borrada ou “mancha” escura no centro da visão

– Linhas retas que parecem distorcidas, embaçadas ou ausentes

PARA CONCLUIR…

É natural que mudanças ocorram com o passar dos anos e é normal que alguns sintomas apareçam.  No entanto, acompanhamentos regulares e estar atento aos sinais que possam indicar possível doença oftalmológica, são medidas que visam evitar que a qualidade visual seja prejudicada.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• AAO – American Academy of Ophthalmology
• Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) – Condições de Saúde Ocular no Brasil, 2019