O QUE É A SÍNDROME DO OLHO SECO?

A Síndrome do Olho Seco acontece por alteração na composição da lágrima (qualidade) ou produção (quantidade), ou combinação das duas, o que prejudica a lubrificação do olho, o conforto ocular e até mesmo a qualidade da visão.

Afeta em torno de 15-20% da população mundial.

 

 IMPORTÂNCIA DAS LÁGRIMAS PARA A SAÚDE DOS OLHOS

As lágrimas fornecem oxigênio e nutrientes, removem resíduos e, dessa forma, servem como linha de defesa contra microorganismos, além de terem papel fundamental na regeneração celular da córnea e conjuntiva.

O ato de piscar permite a formação e renovação do filme lacrimal.

As lágrimas são formadas por vários componentes distribuídos em três camadas:

1. lipídica
2. aquosa
3. mucina

Cada camada do filme lacrimal tem uma função: por exemplo, a camada lipídica é a mais externa, responsável por proteger a camada aquosa e evitar que as lágrimas evaporem rapidamente. A camada aquosa é a responsável por criar uma superfície lisa e de proteção contra agentes infecciosos, e a camada mucina ajuda a manter e espalhar as lágrimas pela superfície ocular.

 

QUAIS AS CAUSAS DA SÍNDROME DO OLHO SECO?

Entre as causas da síndrome do olho seco destacam-se:

⁃ envelhecimento

⁃ fatores ambientais: poluição, fumaça, uso prolongado ar condicionado, baixa umidade do ar

⁃ uso excessivo de eletrônicos/ telas: computadores, tablets, celulares

⁃ alterações hormonais da tireoide e relacionadas à menopausa

⁃ doenças autoimunes, como a artrite reumatoide, a Síndrome de Sjogren e o Lúpus Eritematoso Sistêmico

⁃ blefarite e disfunção das glândulas de Meibomius

⁃ obstrução lacrimal

⁃ uso de medicações: antialérgicos (loratadina), anticoncepcionais, antidepressivos (amitriptilina, nortriptilina) medicações para acne, diuréticos (furosemida, hidrocloratiazida), descongestionantes nasais, entre outros

⁃ deficiência de vitaminas (vitamina A)

⁃ uso crônico de lentes de contato ou colírios ⁃ Cirurgias oculares prévias (ex: cirurgia refrativa ou transplante de córnea)

 

SINTOMAS

 Os principais sintomas que podem indicar a Síndrome do Olho Seco são:

– Ardência ou queimação

– Flutuação na qualidade da visão;

– Visão embaçada ou borrada;

– Sensação de areia;

– Olhos irritados ou vermelhos;

– Fotofobia (sensibilidade aumentada à luz);

– Lacrimejamento excessivo

 

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico deve ser realizado pelo oftalmologista, através do relato dos sintomas e história clínica do paciente, associado a testes com corantes específicos e também teste pra quantificar a lágrima (Schirmer).

Atualmente, também podemos contar com a tecnologia do aparelho IDRA, com a qual é possível avaliar os componentes do filme lacrimal (volume e estabilidade), além de documentar e analisar as glândulas das pálpebras – exame conhecido como meibografia.

São essas glândulas que produzem alguns dos componentes da camada lipídica da lágrima e que previne sua evaporação.

 

TRATAMENTO

O tratamento varia de acordo com o tipo de olho seco, ou seja, deve ser individualizado, e visa melhorar a qualidade de vida do paciente ao proporcionar alívio dos sintomas.

A melhora dos fatores ambientais, com o uso de umidificadores de ar, evitar uso de ar condicionado e limitar o tempo de uso dos eletrônicos, assim como estimular a ingesta de água são medidas importantes no alívio dos sintomas.

São também recomendadas ingesta de omega3 (pela dieta ou cápsulas), sementes ou óleo de linhaça e suplementação de vitamina A – quando necessários.

Como opções de tratamento, existem:

⁃ Óculos

⁃ Pomadas oftalmológicas

⁃ Colírios e gel lubrificantes (lágrimas artificiais)

⁃ Colírios anti-inflamatórios

⁃ Colírios imunomoduladores

⁃ Soro autólogo

⁃ Imunossupressão sistêmica

⁃ Antibióticos sistêmicos

⁃ Oclusão de ponto lacrimal

⁃ Luz pulsada

⁃ Cirurgia

 

Não se esqueça: não use colírios ou medicações sem orientação médica

 

PARA CONCLUIR

A síndrome do olho seco é uma doença multifatorial que atinge a superfície ocular e o filme lacrimal. Assim que os sinais ou sintomas aparecerem, procure um oftalmologista para o tratamento adequado e alivio do desconforto, assim como para prevenção de danos estruturais à córnea.

Não é recomendado utilizar colírios sem que o diagnóstico tenha sido feito por um oftalmologista e as causas da doença tenham sido identificadas. O uso indiscriminado de colírios pode causar lesões e piorar a visão.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

What Is Dry Eye? – American Academy of Ophthalmology (aao.org)